A primeira "carruagem sem cavalo" tinha simples lâmpadas a óleo, e isto quando tinha alguma coisa. A chama amarela que nascia do pavio, imerso em um recipiente com óleo ou gasolina, dava apenas luz aos motoristas para que eles evitassem os buracos. As carruagens verdadeiras (as de cavalos), andavam mais rapidamente à noite, mas sua iluminação, convenientemente refletida por um espelho parabólico e por um vidro óptico na frente, não era o ideal. Os motoristas naqueles tempos heróicos não se atreviam a viagens noturnas, não só porque o estado das estradas não era dos melhores, mas também por haver a possibilidade de um desarranjo no motor. No começo do século a iluminação a acetileno começa a ser usada nos carros a motor, em virtude das velocidades maiores que exigiam uma luz mais clara. Era, apesar de algumas resistências a seu uso, um mal necessário. Havia sempre o perigo de explosões, necessitavam de freqüentes inspeções e o combustível tinha pouca duração. Mas, por quinze anos, a iluminação a acetileno foi praticamente a única a ser usada nos carros a motor. Ao contrário da crença popular, o sistema tinha um alto nível de eficiência, não somente no tocante à geração de gás e às características do bocal de onde saia a chama esverdeada, mas também à própria lamparina. Os últimos modelos, produzidos até pouco antes do desaparecimento final (há 80 anos), pareciam-se muito com os usados nos carros modernos. O problema do ofuscamento era resolvido por meio de um espelho hemisférico côncavo que podia ser manualmente girado 180º até a chama ficar completamente obscurecida. Nesta posição, usada para cruzamentos com outros veículos ou nas cidades, a lâmpada central só reproduzia parte de sua luz, refletida pelo espelho parabólico traseiro. Quando, contudo, o espelho era girado até ficar logo atrás da chama, a luz era aumentada. Este sistema de espelhos projetado por Zeiss era usado para lâmpadas elétricas quando elas começaram a aparecer, apesar das várias deficiências nas baterias da época. Mais tarde foi adotada uma segunda lâmpada, menos potente, fora do foco da parábola. O uso do filamento duplo data da segunda década deste século. Mas como a emissão da luz era fraca ( por causa do baixo poder do segundo filamento) teve pouco sucesso até que foi aperfeiçoado. Técnicas mais avançadas de fabricação permitem a construção de uma lâmpada ligada a um pequeno espelho projetado para lançar para cima a luz do segundo filamento. Este foi um grande passo. Não só por ser possível obter-se luz para baixo (devido a uma reflexão dupla do pequeno espelho e da parábola), por meio do segundo filamento, mas também por eliminar o "buraco" na superfície parabólica, onde a segunda lâmpada era colocada, melhorando assim o facho de luz. Este progresso foi por algum tempo esquecido pela necessidade de incorporar ao farol uma lâmpada auxiliar - a luz lateral ou de estacionamento exigida pela lei em muitos países. A transposição desta iluminação para um compartimento separado deu-se somente depois da II Guerra Mundial, quando os faróis foram colocados lateralmente, ou na dianteira dos carros. A instalação separada dos faróis é uma herança do tempo em que eles não eram fornecidos com a carroceria, mas escolhidos pelo proprietário de acordo com sua preferência. Com o espelho parabólico mantido inalterado em sua forma e as lâmpadas sendo melhoradas pelo uso de gases inertes, que reduziam seu "envelhecimento", a iluminação de automóveis mostrou poucos progressos, a não ser dos anos 60 para cá. Contudo, no final dos anos 50, um congresso internacional aceitou o chamado "farol unificado assimétrico" com as lentes modificadas de modo a alongar o facho. Isso melhorou a visibilidade para os carros nos cruzamentos, importante fator de segurança. Logo depois, novas leis exigiram o uso de faróis duplos. Consistiam em faróis comuns com o facho acoplado em circuito a um filamento separado para longo alcance. Estes aperfeiçoamentos puderam satisfazer as velocidades mais altas que, a partir de um dado momento, se tornaram normais. Outro progresso técnico foi o uso crescente de lâmpada a vapor de iodo. As vantagens deste tipo de iluminação melhorou consideravelmente a quantidade e qualidade de luz produzida com igual consumo e a ausência de deterioração da luz devido ao uso. As lâmpadas a iodo exigem uma conservação esmerada e criou certos problemas, devido às elevadas temperaturas em que trabalha. No entanto seu uso se tornou cada vez maior. A princípio seu uso se limitou a carros com faróis duplos, porque não era possível produzir-se uma lâmpada a iodo com facho de luz para baixo. Posteriormente foram desenvolvidas lâmpadas para os mais diversos fins e surgiram os mais variados acessórios a utilizar lâmpadas.
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O QUE É UM FAROL "SEALED-BEAM"?
É um farol selado para veículos automotores, constituído de duas partes de vidro especial (tipo borosilicato), resistentes aos choques térmicos e mecânicos, um refletor parabólico de vidro espelhado e uma lente de vidro prismático de alta transparência. Refletor e lente são selados hermeticamente, em uma peça única. Dentro desse conjunto hermético encontram-se os filamentos, que constituem a fonte de luz. A figura 1, abaixo, dá uma idéia deste tipo de farol.
O estancamento do "Sealed-Beam" evita a penetração de poeira e umidade no interior do farol, afastando pois a influência nociva desses fatores no seu desempenho.
O farol "Sealed-Beam" é provido de 2 filamentos: um para 50 watts, que constitui o facho alto, e outro para 40 watts, facho baixo, projetado com cuidados especiais para atenuar o ofuscamento. Assim é que o filamento do facho baixo é protegido por um escudo de intercepta a saída direta da irradiação luminosa e a dirige para o refletor parabólico.
A lente é projetada de modo a distribuir a luz para a direita, quando utilizado o facho baixo. Neste duplo cuidado se baseia a atenuação do ofuscamento.
A figura 3 ilustra o problema do ofuscamento(ver figura): em cima, temos o cruzamento de dois veículos equipados ambos com faróis comuns. O motorista é ofuscado pelo carro vindo em sentido contrário e o farol baixo de seu veículo (farol comum) proporciona uma visibilidade perfeita até 45 metros e imperfeita até 60 metros. No quadro embaixo (da mesma figura 3) temos dois veículos que se cruzam na estrada, ambos munidos de faróis "Sealed-Beam". O motorista não é ofuscado pelo veículo em sentido contrário e seu farol baixo facilita excelente visibilidade a 45 metros, boa até 90 metros, podendo ainda, distinguir um objeto a 120 metros.
POR QUE "SEALED BEAM"? À primeira vista pode parecer anti-econômico fabricar uma lâmpada, cuja vida é inevitavelmente limitada, com as dimensões e as características de um farol, ou seja, incluindo lente e refletor que, teoricamente, poderiam durar indefinidamente. Porém, vejamos bem: quais devem ser os requisitos de um bom farol para veículos?
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